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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

ZAMA

Quem acompanha a carreira da roteirista e diretora argentina Lucrecia Martel sabe que seus são densos, profundos e originais. A maioria dos espectadores certamente os classificariam como obras difíceis e não estariam de todo errados. E dentre os quatro longas que realizou até o momento, Zama, de 2017, talvez seja o mais complexa e exigente deles. O roteiro escrito por Martel se baseia no romance de Antonio Di Benedetto e nos conta uma história que se passa no final do século XVIII. Somos apresentados ao oficial da Coroa Espanhola Don Diego de Zama (Daniel Giménez Cacho). Ele não aguenta mais trabalhar na distante colônia onde está, ainda mais por conta dos indígenas selvagens daquela região, e por isso almeja voltar para Buenos Aires. O cinema de Lucrecia Martel é rico em simbolismo, apreciador de silêncios e especialmente do que não é mostrado, daquilo que fica no chamado extracampo. Temos tudo isso aqui,  além de, óbvio, imagens deslumbrantes do jeito que só ela sabe filmar. O processo criativo dessa singular cineasta por ser apreciado no ótimo documentário Anos-Luz, de Manuel Abramovich, que acompanha justamente a produção de Zama, que embora não tenha sido muito cara, mas foram necessários 11 diferentes países para financiar essa obra: Argentina, Brasil, Espanha, EUA, França, Holanda, Líbano, México, Portugal, República Dominicana e Suíça. Prova de que está cada vez mais difícil fazer filmes autorais.  

ZAMA (Argentina 2017). Direção: Lucrecia Martel. Elenco: Daniel Giménez Cacho, Lola Dueñas, Juan Minujin, Matheus Nachtergaele, Mariana Nunes e Rafael Spregelburd. Duração: 115 minutos. Distribuição: Vitrine Filmes.

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