Em janeiro de 1969, o diretor Michael Lindsay-Hogg foi contratado para filmar as gravações de Let It Be, dos Beatles. Esse trabalho resultou, inicialmente, em um documentário de mesmo nome, lançado no primeiro semestre de 1970. O que não sabíamos é que foram gravadas 60 horas de imagens e 150 horas de áudio dos quatro rapazes de Liverpool ao longo daquele mês. O cineasta neozelandês e beatlemaníaco Peter Jackson, responsável pela trilogia d’O Senhor dos Anéis, teve acesso a todo esse material inédito e o restaurou, remasterizou e remontou. O resultado é The Beatles: Get Back, que estava previsto para chegar aos cinemas ainda em 2020. A pandemia fez com que o lançamento fosse cancelado e Jackson sugeriu transformar o filme em uma minissérie de três partes, que totaliza quase oito horas de puro deleite. A estreia ocorreu no final de novembro de 2021, no serviço de streaming da Disney. O que temos aqui é um momento muito especial na trajetória do grupo, em especial, por ter sido o último registro do quarteto junto, uma vez que a separação veio a ocorrer poucos meses depois. Acompanhamos John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr compondo, ensaiando, tocando, cantando e gravando os álbuns Let It Be e Abbey Road. Inicialmente, a filmagem aconteceu no estúdio de Twickenham. Depois foi concluída na sede da Apple, em Savile Row, no centro de Londres. Foi nesse local que a banda realizou sua última apresentação ao vivo, no telhado do edifício. Eles estavam sem tocar em público há três anos. E pensar que em janeiro de 1969 John, assim como Ringo, tinha somente 28 anos. Paul estava com 26 e George com apenas 25 anos.
THE BEATLES: GET BACK (Inglaterra/Nova Zelândia/EUA 2021). Direção: Peter Jackson. Documentário. Duração: 468 minutos. Distribuição: Disney+.
