O sueco Tomas Alfredson vinha de uma carreira de 20 anos dirigindo séries, alguns longas e telefilmes quando tornou-se mundialmente conhecido com Deixa Ela Entrar, de 2008. O roteiro de John Ajvide Lindqvist, adaptado de seu próprio romance de mesmo nome, se transformou em um dos mais originais filmes de vampiro de todos os tempos. E olha que com mais de um século de histórias filmadas envolvendo sugadores de sangue, é difícil apresentar algo novo. Deixa Ela Entrar se passa em um subúrbio de Estocolmo. Somos apresentados a um garoto de 12 anos, Oskar (Kare Hedebrant), que sofre bullying na escola e não consegue reagir. Certa noite, ele conhece a nova moradora de seu prédio, uma menina, Eli (Lina Leandersson), que aparenta ter sua idade. Ambos sentem-se sozinhos e esse sentimento de solidão os aproxima. Paralelo a isso, misteriosas mortes começam a ocorrer na região. Alfredson traz um frescor para a história sem abrir mão dos elementos clássicos da mitologia vampiresca e com isso eleva bastante a qualidade de seu material. Sangue e neve combinam muito bem. No entanto, o mais importante aqui é a relação que Oskar e Eli estabelecem e que muda sobremaneira suas vidas. Em tempo: dois anos depois Matt Reeves dirigiu Deixe-Me Entrar, versão americana desse filme, que não é ruim, mas seria melhor ainda caso esse original sueco não existisse.
DEIXA ELA ENTRAR (Lat den Rätte Komma in – Suécia 2008). Direção: Tomas Alfredson. Elenco: Kare Hedebrant, Lina Leandersson, Per Ragnar, Henrik Dahl, Karin Bergquist, Peter Carlberg, Ika Nord e Patrick Rydmark. Duração: 114 minutos. Distribuição: Versátil.
