Representante taiwanês ao Oscar 2021 de melhor filme internacional, A Sun, de Mong-Hong Chung, chegou a ser pré-selecionado, mas não entrou na lista dos cinco finalistas da categoria. O roteiro, escrito pelo diretor junto com Yaosheng Chang, se concentra na família do senhor A-Wen (Yi-wen Chen). Tudo começa quando seu filho caçula, A-Ho (Chien-Ho Wu) se envolve em um crime e é preso. Esse ato provoca uma reação em cadeia e altera por completo a rotina familiar. A Sun, que poderia ser traduzido como Um Sol, inicia com uma cena visualmente impactante e mantém uma narrativa forte, seca e direta durante toda a primeira metade do filme. É como se o diretor fosse esticando uma corda até o limite. No entanto, a segunda metade “afrouxa” um pouco a pressão inicial e mergulha com gosto no melodrama. Eu, particularmente, não vejo problema algum em tramas melodramáticas. Porém, como bem disse meu irmão, parece estarmos diante de dois filmes bem distintos: 50% adulto e objetivo; e 50% previsível e maniqueísta. Apesar dessa quebra estrutural, a primeira parte é tão envolvente que consegue manter nosso interesse até o final. Uma curiosidade: a fotografia é assinada por Nagao Nakashima, pseudônimo do diretor Mong-Hong Chung.
A SUN (Yangguang Puzhao – Taiwan 2019). Direção: Mong-Hong Chung. Elenco: Chien-Ho Wu, Yi-wen Chen, Samantha Shu-Chin Ko, Kuan-Ting Liu, Greg Han Hsu, Tai-Ling Wu, Ivy Yin e Chih-Ju Lung. Duração: 156 minutos. Distribuição: Netflix.
