O Ghibli, mais famoso estúdio de animação japonês, foi fundado em junho de 1985 pelos diretores Hayao Miyazaki e Isao Takahata, juntos com o produtor Toshio Suzuki. Amigos há muitos anos, Miyazaki e Takahata possuem estilos bem diferentes. Enquanto o primeiro carrega na fantasia, o segundo é mais “pé no chão”. E essa característica de Isao Takahata está presente com toda sua força em Túmulo dos Vagalumes, que ele dirigiu em 1988. O roteiro, do próprio diretor, tem por base o romance homônimo de Akiyuki Nosaka. A ação se passa no Japão durante a Segunda Guerra Mundial e se concentra nos irmãos Seita e Setsuko. Eles perdem a mãe após um bombardeiro americano, ao mesmo tempo em que o pai é convocado pelo exército para o fronte de combate. Isso faz com que os dois passem a morar com alguns parentes, o que não os agrada de jeito algum e faz com saiam da cidade e acabem em um abrigo isolado na floresta onde enfrentam fome e doenças. As luzes dos vagalumes são a única coisa que os alegram. O traço de Takahata é primoroso e o uso que ele faz das cores e da iluminação, aliado ao preciso roteiro e à fluente montagem, trabalham sempre a favor de uma narrativa contundente e fortemente realista.
TÚMULO DOS VAGALUMES (Hotaru No Haka – Japão 1988). Direção: Isao Takahata. Animação. Duração: 90 minutos. Distribuição: Versátil.
