O roteirista e diretor polonês Pawel Pawlikowski iniciou sua carreira há pouco mais de 30 anos dirigindo documentários. Depois passou à direção de longas de ficção e ganhou projeção mundial em 2013, quando ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro com o belíssimo Ida. Agora, com Guerra Fria, o cineasta recorre à história de seus pais ao longo dos anos 1950. O roteiro, escrito por Pawlikowski junto com Janusz Glowacki nos apresenta o amor impossível vivido pelo músico Wiktor (Tomasz Kot) com a cantora Zula (Joanna Kulig). Como pano de fundo temos o contraste entre a Polônia sob o regime stalinista e a boêmia vibrante de Paris. Lindamente fotografado em preto e branco por Lukasz Zal, que já havia trabalhado com o diretor em seu filme anterior, Guerra Fria segue, pelo menos nos aspectos técnicos, a mesma narrativa de Ida. O que faz até muito sentido, uma vez que os eventos narrados aqui acontecem pouco depois do outro filme. Em precisos 89 minutos, Pawlikowski nos conta uma tocante história de amor carregada de desencontros marcados por uma situação política completamente alheia a qualquer tipo de sentimento humano.
GUERRA FRIA (Zimna Wojna – Polônia 2018). Direção: Pawel Pawlikowski. Elenco: Joanna Kulig, Tomasz Kot, Borys Szyc, Agata Kulesza, Cédric Kahn, Jeanne Balibar, Adam Woronowicz e Adam Ferency. Duração: 89 minutos. Distribuição: Califórnia Filmes.