William Wyler nasceu praticamente junto com o Cinema, no início do século XX, em uma pequena cidade, que na época pertencia ao território alemão. Hoje pertence à França. Aos 18 anos ele mudou-se para os Estados Unidos e pouco tempo depois começou a trabalhar em Hollywood, onde dirigiu pouco mais de 70 filmes ao longo de 45 anos de carreira. Cineasta eclético, Wyler “passeou” por quase todos os gêneros e é considerado um dos grandes mestres do “cinemão” americano, junto com John Ford, Howard Hawks, Billy Wilder e Anthony Mann. O Colecionador, de 1965 é um de seus últimos trabalhos e tem por base o livro de mesmo nome escrito por John Fowles. O roteiro, adaptado por John Kohn e Stanley Mann, conta a história de Freddie Clegg (Terence Stamp), um tímido bancário londrino que mora sozinho e tem o hobby de colecionar borboletas. Ele é obsessivamente apaixonado por Miranda Grey (Samantha Eggar) e termina sequestrando-a para compor sua coleção. Wyler, profundo conhecedor de seu ofício, faz de O Colecionador um suspense de primeira. A fotografia, dividida entre Robert Krasker (cenas externas) e Robert Surtees (sequencias de estúdio) é harmônica e define o clima claustrofóbico que a trama exige. Além disso, a precisa trilha sonora, composta por Maurice Jarre, estabelece o tom necessário para reforçar ainda mais o clima tenso proposto pelo diretor. Premiado no Festival de Cannes, o filme deu aos atores Terence Stamp e Samantha Eggar, a Palma de Ouro de melhor atuação.