O nome do cineasta sueco Ingmar Bergman costuma ser associado a filmes “cabeça” e de forte teor psicológico. Há um pouco de verdade nessa afirmação, mas, só um pouco. Não seria exagero dizer que Bergman foi o diretor que melhor soube mostrar em imagens a alma humana. Sua extensa filmografia é uma prova viva de sua habilidade em expressar os pensamentos e sentimentos mais íntimos e ocultos das pessoas. Por isso, pode até soar estranho uma comédia romântica dirigida por ele. No entanto, Sorrisos de Uma Noite de Amor é isso mesmo. Uma comédia romântica dirigida por Ingmar Bergman. A inspiração mais direta talvez venha de uma peça de Shakespeare: Sonhos de Uma Noite de Verão. Aliás, a melhor tradução para o título original sueco seria “Sorrisos de Uma Noite de Verão”. Na trama, um respeitado advogado ficou viúvo, teve um romance com uma atriz e resolveu se casar de novo com uma outra mulher, bem mais jovem, abandonando a amante. Sua relação com a esposa está mais próxima de uma relação “pai e filha”, do que uma de “marido e mulher”. Para complicar, seu filho do primeiro casamento estuda para se tornar padre, porém, sente uma forte atração pela madrasta. Para complicar as coisas mais ainda, a atriz e ex-amante do advogado reaparece com seu novo amante e termina por convidar a todos para um jantar na casa de sua mãe. Bergman cria situações hilárias e espirituosas. O humor surge naturalmente e é contagiante. Se você é daqueles que nunca viu um filme dirigido por Bergman, Sorrisos de Uma Noite de Amor é a melhor opção de entrada no rico universo desse grande mestre.
Uma resposta
Bergman é um Mestre. E para quem viveu o inverso sueco, o entendimento deste universo se aplia uma barbaridade.