Os cineastas alemães não se furtam a tratar de temas espinhosos do passado recente de seu país. É comum vermos a cada ano um novo filme lidando com assuntos polêmicos que há muito pouco tempo acompanhávamos pelos noticiários da televisão. Em A Onda, dirigido por Dennis Gansel e inspirado em uma história real que aconteceu na Califórnia nos anos 1960, somos apresentados ao professor de ensino médio Rainer Wegner (Jürgen Vogel). Em uma de suas aulas sobre autocracia, ele perceber o desinteresse de seus alunos e propõe uma experiência: colocar em prática os mecanismos do fascismo e do poder. Wegner assume o posto de líder do grupo, cria o lema “força pela disciplina” e chama o movimento de “a onda”. O que ele não esperava é que os alunos levassem tão a sério aquele experimento. E o jogo, que começou como uma tentativa de “animar” a turma, fica sério demais e difícil de controlar. Gansel utiliza um elenco de jovens atores desconhecidos, o que reforça ainda mais o senso de realidade do filme. O debate proposto pelo diretor nos faz rever alguns conceitos e deixa claro que certas idéias continuam perigosas.
A ONDA (Die Welle – Alemanha 2008). Direção: Dennis Gansel. Elenco: Jürgen Vogel, Max Riemelt, Frederick Lau, Jennifer Ulrich, Christiane Paul, Jacob Matschenz, Cristina do Rego, Maximilian Vollmar e Max Mauff. Duração: 106 minutos. Distribuição: Paramount.
Uma resposta
Nosso professor de comunicação nos mostrou esse filme para ser analisado pela perspectiva de “comunicação e poder”. Muito interessante ver alemães discutindo crenças do passado recente.