Baseado no romance semibiográfico de Henri-Pierre Roche, Jules e Jim: Um Mulher Para Dois, escrito e dirigido por François Truffaut, é um dos marcos da Nouvelle Vague francesa, movimento cinematográfico iniciado no final dos anos 1950 e encabeçado por críticos de cinema da revista Cahiers du Cinema. A história do filme começa no início do século XX, quando o alemão Jules (Oskar Werner) e o francês Jim (Henri Serre) se conhecem e se tornam grande amigos. Pouco depois, eles encontram a bela e impulsiva Catherine (Jeanne Moreau) e se transformam em um trio inseparável. Juntos, eles aproveitam tudo de bom que a vida pode oferecer. A trama acompanha este “triângulo amoroso” ao longo de décadas e Truffaut faz de seu filme um grande hino de amor à vida. Impossível não nos contagiarmos com a quase inocente relação que se estabelece entre os três. O elenco também ajuda bastante, principalmente Jeanne Moreau, que enche a tela sempre que aparece. Além dos atores, vale destacar a montagem de Claudine Bouché, que imprime o ritmo certo ao filme, e a bela fotografia de Raoul Coutard, também responsável pelas imagens de Acossado, de Jean-Luc Godard, outro filme-marco do movimento. Jules e Jim fala de amizade, de arte, de amor, de renúncia, de guerra, de idas e vindas e de perdão. Enfim, fala de pessoas que procuram viver intensamente suas vidas e suas paixões.
JULES E JIM: UMA MULHER PARA DOIS (Jules et Jim – França 1962). Direção: François Truffaut. Elenco: Oskar Werner, Henri Serre, Jeanne Moreau, Anny Nelsen, Boris Bassiak, Jean-Louis Richard, Michel Subor, Sabine Haudepin e Vanna Urbino. Duração: 105 minutos. Distribuição: Versátil.
Respostas de 2
Jules e Jim tem um pouco de nós todos. É filme para ver e rever e rever novamente. Ademais, distancia o preconceito de que críticos de cinema seriam cineastas frustados. Essa turma do Cahiers du Cinema provou o contrário!
Este roteiro parece ser semelhante ao do excelente filme “Os Aventureiros” (Les Aventuriers), com Lino Ventura e Tony Curtis, que merecia ser comentado aqui.