Segundo longa-metragem do roteirista e diretor francês Samuel Theis, Softie lida com questões que envolvem o clássico ritual de passagem de um jovem recém ingressado na puberdade. O roteiro, escrito pelo próprio Theis junto com Gaëlle Macé, gira em torno de Johnny (Aliocha Reinert), um garoto de dez anos que vive com a mãe Sonia (Melissa Olexa), em um conjunto habitacional do interior da França. Apesar de ser ainda um menino, ele revela maturidade e interesses bem distintos de seus colegas de classe. Sua monotonia muda por completo com a chegada de um novo professor, Jean (Antoine Reinartz), à escola. Johnny vê nele alguém que o encoraja a crescer e explorar o mundo lá fora. Mas apesar de ter um conhecimento fora do normal para sua idade, ele ainda é, essencialmente, uma criança. Há uma frase que diz: “Crescer não é evoluir, crescer é ficar maior. Evoluir é ficar melhor”. Dependendo do entendimento que você tenha de Softie ela se aplica perfeitamente. Pelo menos para mim ela resume bem a jornada de Johnny e, por tabela, de muitos garotos como ele. E Theis consegue tratar desse tema com bastante sutiliza, poesia e criatividade.

SOFTIE (Petite Nature – França 2021). Direção: Samuel Theis. Elenco: Aliocha Reinert, Melissa Olexa, Antoine Reinartz, Izïa Higelin, Jade Schwartz e Ilario Gallo. Duração: 93 minutos. Distribuição: Pandora Filmes.