Depois de quase dez anos escrevendo e dirigindo curtas, a cineasta britânica Rose Glass estreou em longas, em 2019, com o impactante Saint Maud. Temos aqui um terror psicológico dos mais originais. Tudo começa quando a enfermeira Maud (Morfydd Clark), pouco após receber alta de uma clínica psiquiátrica, vai trabalhar como cuidadora de Amanda (Jennifer Ehle), uma dançarina que sofre de câncer. Maud demonstra uma fé intensamente fervorosa, a ponto até de falar com Deus. Esse fervor se transforma em obsessão e faz com que ela decida salvar a alma de sua paciente/patroa. Saint Maud não parece um filme feito por uma estreante. Rose Glass demonstra domínio completo de sua narrativa e faz aqui um uso dos mais criativos do desenho de som e da trilha sonora, além do preciso enquadramento da câmera e da ótima direção do elenco, em especial, da pouco conhecida atriz galesa Morfydd Clark no papel-título. Uma curiosidade: a “voz” de Deus é, na verdade, a própria voz de Morfydd falando em galês com uma sutil alteração de tom feita por um programa de computador.
SAINT MAUD (Inglaterra 2019). Direção: Rose Glass. Elenco: Morfydd Clark, Jennifer Ehle, Lily Frazer, Lily Knight, Turlough Convery, Marcus Hutton, Noa Bodner e Caoilfhionn Dunne. Duração: 84 minutos. Distribuição: Sony.
