Luchino Visconti, que deu início ao movimento neorrealista italiano em 1943, quando dirigiu Obsessão, encerra 17 anos depois, com Rocco e Seus Irmãos, o ciclo de filmes que revolucionou o cinema mundial. A trama gira em torno da família Parondi. A matriarca, Rosaria (Katina Paxinou), após ficar viúva, se muda com os filhos Rocco (Alain Delon), Simone (Renato Salvatori), Ciro (Max Cartier) e Luca (Rocco Vidolazzi) para Milão, onde já vive o filho mais velho, Vincenzo (Spiros Focas). Tudo o que Rosaria quer é uma vida melhor. Mas a vida na cidade grande faz com que cada irmão tome um rumo diferente. É a partir dos conflitos provocados por uma sociedade hostil e a sua influência sobre uma família fragmentada e corrompida em seus valores e costumes que Visconti extrai e expõe um rico painel do comportamento humano. O elenco do filme mereceria uma resenha especial. Em se tratando de uma história com muitas personagens, nem sempre se consegue um equilíbrio e uma harmonia entre os atores. Visconti, com muita habilidade, abre espaço para que todos brilhem em cena. E nessa tarefa, a colaboração do fotógrafo Giuseppe Rotunno e do músico Nino Rota só enriquecem ainda mais o conjunto da obra. Rocco e Seus Irmãos influenciou gerações de cineastas em todo o mundo e, mesmo tendo sido realizado há mais de meio século, sua força continua intacta. Certos filmes não são clássicos por acaso.
ROCCO E SEUS IRMÃOS (Rocco e i Suoi Fratelli – Itália 1960). Direção: Luchino Visconti. Elenco: Alain Delon, Renato Salvatori, Max Cartier, Rocco Vidolazzi, Spiros Focas, Annie Girardot, Katina Paxinou, Roger Hanin e Claudia Cardinale. Duração: 168 minutos. Distribuição: Versátil.
Uma resposta
Um dos meus filmes preferidos do Mestre Visconti, também preferido do Noll e de tantas amantes do cinema.