No mundo dos super-heróis existem duas grandes usinas criadoras: Marvel e DC. Desde a segunda metade dos anos 1930, as duas editoras encantam gerações com suas aventuras fantásticas. Ambas sempre flertaram com o cinema e durante um bom tempo a DC foi mais eficiente nesse “namoro” com a sétima arte. Isso começou a mudar recentemente e culminou no esmagador sucesso de público e crítica de Os Vingadores. Para entender esse sucesso é preciso voltar ao ano de 1998, quando foi lançado Blade – O Caçador de Vampiros. Baseado em um herói pouco conhecido do universo Marvel, o filme provou ser possível adaptar uma obra dos quadrinhos, agradar aos fãs do material original e ainda funcionar cinematograficamente. Naquela época, a Marvel enfrentava sérios problemas financeiros e havia negociado boa parte de seu “elenco” com estúdios e produtoras visando saldar suas dívidas. As bem sucedidas adaptações de X-Men, de Bryan Singer, e Homem-Aranha, de Sam Raimi, terminaram por consolidar o “jeito” Marvel de produção de filmes baseados em heróis dos quadrinhos. Com a saúde financeira recuperada, a “casa das ideias”, como é conhecida, fez uma aposta arriscada: montou um estúdio para bancar as produções para cinema. A estreia acontece em 2008, com Homem de Ferro, de Jon Favreau. Teve início aí a “iniciativa Vingadores”. Ao longo dos anos seguintes, a Marvel foi apresentando a formação original do supergrupo em filmes-solo: O Incrível Hulk, Homem de Ferro 2, Thor e Capitão América. Nesse meio tempo, a Marvel foi comprada pela Disney. No entanto, isso não alterou o projeto Vingadores. A produção foi confirmada e Joss Whedon assumiu o roteiro e a direção. De larga experiência na televisão, onde foi o responsável pelas séries Buffy e Firefly, Whedon sabe trabalhar com muitas personagens e lidar com tramas e subtramas simultâneas. Assistir ao filme pronto revela que a decisão do estúdio de preparar o terreno nos filmes-solo foi das mais acertadas. A trama gira em torno de uma inesperada ameaça intergaláctica que pode destruir o planeta Terra. Nick Fury, diretor da SHIELD (uma agência internacional de pacificação), convoca nossos heróis e nasce então o supergrupo. Os Vingadores é puro escapismo, no mais amplo e melhor dos sentidos. E ainda realiza alguns sonhos dos leitores dos quadrinhos que sempre esperaram ver na tela grande o confronto entre Thor e Hulk ou os embates entre Homem de Ferro e Capitão América. Tudo isso antes da ação em conjunto contra o inimigo comum. Algo que precisa ser destacado é o Hulk, que encontra aqui sua melhor versão cinematográfica. Um lembrete: veja no meio dos créditos finais o vilão que deverá aparecer na continuação e bem no encerramento, é mostrado o que o grupo faz para repor as energias. Avante, Vingadores!