O cineasta inglês Carol Reed começou a carreira como ator de teatro nos anos 1920. No início da década seguinte, deixou de atuar para trabalhar como assistente de direção. A estreia como diretor de longas acontece em 1935. Durante a Segunda Guerra Mundial fez parte da unidade de filmagens do Exército Britânico. Foi essa experiência que fez com que ele escolhesse as ruínas de Viena no pós-guerra para servir de locação para uma de suas obras-primas, O Terceiro Homem. Baseado no livro de Graham Green, que também escreveu o roteiro, o filme conta a história de Holly Martins (Joseph Cotten), um autor de romances baratos, que vai a Viena se encontrar com um velho amigo de escola, Harry Lime (Orson Welles), que o havia convidado com uma oferta de emprego. Chegando lá, Holly descobre que Harry morreu em um estranho acidente e decide descobrir o que aconteceu com ele. A angústia de Holly, e a nossa também, aumenta consideravelmente quando ele inicia a investigação, uma vez que todos falam alemão e ele não consegue compreender muito do que está sendo dito. Considerado um dos maiores clássicos do cinema noir, é visível em O Terceiro Homem o apuro técnico de Reed na condução da narrativa, principalmente no uso da bela fotografia em preto e branco de Robert Krasker. Os jogos de luz e sombras, aliados aos cenários de uma Viena destruída e a trilha sonora composta por Anton Karas, dão ao filme uma sensação de claustrofobia e desespero que dificilmente seria obtida em estúdio. O Terceiro Homem recebeu três indicações ao Oscar e ganhou apenas uma: a de melhor fotografia.