O ator Mickey Rourke estreou no cinema em 1979, em um pequeno papel na comédia 1941: Uma Guerra Muito Louca, de Steven Spielberg. Dois anos depois, ele chamou a atenção de todos no filme Corpos Ardentes, de Lawrence Kasdan. A partir daí, sua carreira deslanchou até atingir o máximo de popularidade com o megassucesso de 9 1/2 Semanas de Amor, dirigido por Adrian Lyne, em 1986. Na sequencia, Rourke ainda fez alguns poucos e bons papéis, tendo trabalhado com grandes diretores. Mas, problemas pessoais, escolhas desastradas e a decisão de lutar boxe transformaram o ator em uma caricatura da promessa que ele foi um dia. A volta por cima aconteceu em 2008, em O Lutador, de Darren Aronofsky. O roteiro original de Robert D. Siegel conta a história de Randy “The Ram” Robinson, um excepcional lutador de luta livre que teve seu auge nos anos 1980, quando era o melhor dos melhores. Passados vinte anos, ele vive de bicos e uma luta aqui e ali. Randy tem uma filha (Evan Rachel Wood), como quem não se entende muito bem. Apesar dos problemas de saúde que tem, ele decide aproveitar uma chance que surge e voltar como toda a força ao ringue. Aronofsky filma com a câmara no ombro, de maneira urgente, nervosa, quase documental. Qualquer semelhança entre a vida do ator e a trama do filme talvez não seja mera coincidência. Existem muitos pontos em comum e é justamente isso que torna O Lutador tão especial.
O LUTADOR (The Wrestler – EUA 2008). Direção: Darren Aronofsky. Elenco: Mickey Rourke, Marisa Tomei, Evan Rachel Wood, Armin Amiri, Todd Barry, Gregg Bello, Judah Friedlander, Donnetta Lavinia Grays, Mark Margolis e Ernest Miller. Duração: 111 minutos. Distribuição: Paris Filmes.
Uma resposta
A linha que divide o cinema de ficção e não-ficção é tênue. Este filme de Darren Aronofsky abraça esta fragilidade [sobretudo com MRourke no papel título]. Sim, imperdível.