Rainer Werner Fassbinder é um dos maiores expoentes do Novo Cinema Alemão e tinha uma fama: a de fazer um filme a cada 100 dias, o que dá uma média de três filmes por ano. A conta é verdadeira. Em sua curta carreira de apenas 13 anos, Fassbinder dirigiu 40 longas, dois curtas e um super longa, Berlin Alexanderplatz, que tem mais de 15 horas de duração. O Desespero de Veronika Voss, realizado em 1982, foi seu penúltimo trabalho e fechou a trilogia sobre a Alemanha dos anos 1950, iniciada com Lola e depois, O Casamento de Maria Braun. A história acontece em Munique, em 1955. O locutor esportivo Robert Krohn (Hilmar Thate) conhece a decadente atriz Veronika Voss (Rosel Zelch). No passado ela havia sido uma das maiores estrelas da UFA, empresa cinematográfica da Alemanha Nazista. Dizem até que ela era amante de Goebbels. Hoje, viciada em morfina, Veronika é apenas uma sombra do que foi no passado e Krohn quer descobrir o que realmente aconteceu com ela. Apesar de filmado em preto-e-branco, Fassbinder carrega seu filme com fortes “tintas” melodramáticas. E o faz de forma delicada e bela. Por este filme, ele recebeu o Urso de Ouro de melhor filme no Festival de Berlim de 1982.
O DESESPERO DE VERONIKA VOSS (Die Sehnsucht der Veronika Voss – Alemanha 1982). Direção: Rainer Werner Fassbinder. Elenco: Rosel Zelch, Hilmar Thate, Cornelia Froboess, Annemarie Düringer, Doris Schade, Armin Mueller-Stahl e Erik Schumann. Duração: 105 minutos. Distribuição: Versátil.
Uma resposta
Filme de gente grande para gente grande. Vale uma especial atenção às “cores” deste preto & branco, Marden tem razão em ressaltar isso.