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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

O BEIJO DA MULHER-ARANHA

“Ela é… bem, ela é algo um pouco estranho. Isso é o que ela percebeu, que ela não é uma mulher como todas as outras. Ela parece toda envolta em si mesma. Perdida em um mundo que ela carrega fundo dentro de si”. É assim que Molina (William Hurt) começa a contar a história de uma mulher misteriosa para Valentin (Raul Julia). Ambos estão presos. O primeiro, é homossexual. O segundo, é um prisioneiro político. Molina adora cinema e para fugir daquela triste realidade, inventa enredos cinematográficos cheio de mulheres fatais, mistério e romance. Uma de suas heroínas é a Mulher-Aranha (Sonia Braga). Primeiro filme internacional dirigido por Hector Babenco, O Beijo da Mulher-Aranha é baseado no livro homônimo escrito pelo argentino Manuel Puig. Após o sucesso de Pixote, Babenco teve as portas de Hollywood abertas e optou por uma trama próxima do universo narrativo com o qual ele estava acostumado. É curioso observar no desenrolar do filme a maneira como os estereótipos vão sendo trabalhados. Nem sempre o mais forte é o mais valente e muito menos o mais fraco se revela um covarde. Uma direção ao mesmo tempo seca e poética, característica marcante do cinema babenquiano. Além disso, estamos diante de um elenco estupendo e de William Hurt em estado de graça. Ele que conquistou, merecidamente, o Oscar de melhor ator e também diversos outros prêmios de atuação naquele ano. Filmado em São Paulo, o filme teve uma excelente acolhida de crítica e público, o que possibilitou a Babenco dirigir outros trabalhos no exterior, porém, sem o mesmo sucesso obtido por este.

O BEIJO DA MULHER-ARANHA (Kiss of the Spider Woman – Brasil/EUA 1985). Direção: Hector Babenco. Elenco: William Hurt, Raul Julia, Sonia Braga, José Lewgoy, Milton Gonçalves, Denise Dumont, Patrício Bisso, Fernando Torres, Míriam Pires, Nuno Leal Maia, Antônio Petrin, Wilson Grey, Herson Capri e Miguel Falabella. Duração: 121 minutos. Distribuição: Europa Filmes/Versátil.

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Respostas de 2

  1. O Beijo da Mulher-Aranha é, certamente, um dos primeiros filmes independentes – senão o primeiro! – a ter espaço internacional. Extraordinário! Todos, elenco e equipe técnica, fizeram uma obra de arte. É cinema para quem o cinema existe.

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