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NINGUÉM SAI VIVO DAQUI

Existem histórias muito tristes que precisam ser contadas para que não sejam repetidas. É o caso da relatada no livro Holocausto Brasileiro, de Daniela Arbex, que narra as atrocidades perpetradas ao longo de quase 80 anos no Hospital Colônia, ou melhor, Centro Psiquiátrico de Barbacena, o maior hospício do país. Esse livro inspirou o filme Ninguém Sai Vivo Daqui, dirigido por André Ristum, que também assina a adaptação do roteiro, junto com Rita Glória Curvo e Marco Dutra. A ação se passa no início dos anos 1970 quando a jovem Elisa (Fernanda Marques) é internada contra sua vontade pelo próprio pai. Não é preciso muito para ser “jogado” no Colônia. No caso de Elisa, ela engravidou do namorado e a família não aceitou isso. Outros, por diferentes razões, foram taxados como “rebeldes”, “impuros” ou “desobedientes”. Fotografado em preto e branco, o que acentua ainda mais o pesadelo de estar naquela instituição de tratamento para doentes mentais e conviver com seus médicos, enfermeiros e funcionários. Já na abertura um aviso alerta que as personagens são fictícias, mas as histórias são reais. O drama vivido pelos pacientes é intenso e se aproxima, sem exagero algum, do terror. E Ristum não se esquiva de nos mostrar essa pavorosa rotina que perdurou por oito décadas no interior do Brasil.

NINGUÉM SAI VIVO DAQUI (Brasil 2023). Direção: André Ristum. Elenco: Fernanda Marques, Augusto Madeira, Andréia Horta, Arlindo Lopes, Rejane Faria, Paulo Américo, Aury Porto, Nicola Siri, Rafaela Mandelli, Bukassa Kabengele e Naruna Costa. Duração: 86 minutos. Distribuição: Gullane.

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