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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

MACUNAÍMA

Primeiro veio o livro, Macunaíma: O Herói Sem Caráter, escrito por Mário Andrade em 1928. Quatro décadas depois, o cineasta Joaquim Pedro de Andrade (nenhum parentesco com o escritor) resolve adaptar a obra e transformá-la em filme. Estávamos no auge do movimento do Cinema Novo e Andrade queria explorar um texto que fosse genuinamente brasileiro e que lidasse com nossa mitologia e nosso folclore. Encontrou tudo isso em Macunaíma. Seria ele realmente a encarnação de um autêntico herói brasileiro? Uma pessoa preguiçosa, safada e sem caráter algum. A personagem é interpretada por dois atores: Grande Otelo e Paulo José. Ele nasce negro no meio do mato e desde pequeno revela seus “talentos” para a vagabundagem. Quando vai embora e chega na cidade grande, de repente, fica branco. Mas os talentos continuam os mesmos. Macunaíma talvez seja o filme mais popular do Cinema Novo. Diferente dos outros trabalhos realizados no período, Andrade conseguiu dialogar com o público através da exagerada alegoria de sua personagem principal. Não por acaso, muitos estudiosos defendem existir diversos paralelos entre os movimentos Modernista e do Cinema Novo. Há aqui a preocupação de se fazer uma obra verdadeiramente nacional, sem ligação ou influência alguma do exterior. O culto que se criou em torno do filme é prova incontestável de que este objetivo foi alcançado.
MACUNAÍMA (Brasil 1969). Direção: Joaquim Pedro de Andrade. Elenco: Grande Otelo, Dina Sfat, Paulo José, Milton Gonçalves, Jardel Filho, Rodolfo Arena, Joana Fomm, Wilza Carla, Hugo Carvana e Maria Lúcia Dahl. Duração: 105 minutos. Distribuição: VideoFilmes.

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