Fritz Lang nasceu na Áustria, se firmou na Alemanha e passou também por Hollywood. Junto com Robert Wiene e F. W. Murnau revolucionou o cinema alemão e mundial ao longo dos anos 1920 e 1930. Além das experiências visuais e narrativas do expressionismo, essa “trinca” de cineastas nos legou obras fundamentais. Em 1931, Lang já era um artista consolidado e respeitado, principalmente após o sucesso de Metrópolis, realizado em 1927. M: O Vampiro de Düsseldorf foi seu primeiro filme sonoro. A tecnologia do som ainda era muito recente. Tinha pouco mais de quatro anos. Inquieto e criativo, o diretor se inspira em uma notícia real que havia lido nos jornas sobre um assassino de crianças e em parceria com Thea von Harbou escreve o roteiro. A história se passa nos anos 1920, em Düsseldorf, onde um criminoso, Hans Beckert (Peter Lorre), conhecido como M, sequestra e mata crianças sem que a polícia saiba o que fazer para capturá-lo. Lang utiliza bem a nova tecnologia e faz um uso muito inteligente do som, que tem aqui papel importante e orgânico na condução e resolução da trama. Além disso, o diretor, fiel às raízes expressionistas, trabalha de maneira sublime a iluminação do filme, o que potencializa ainda mais o clima tenso da história. Enfim, uma obra-prima.
M: O VAMPIRO DE DÜSSELDORF (M – Alemanha 1931). Direção: Fritz Lang. Elenco: Peter Lorre, Ellen Widmann, Inge Landgut, Gustaf Gründgens, Friedrich Gnass, Paul Kemp, Theo Lingen, Ernst Stahl-Nachbaur, Franz Stein e Otto Wernicke. Duração: 111 minutos. Distribuição: Versátil.
Uma resposta
M é extraordinário! Pensar nos equipamentos que eles tinham na época, se comparado aos de hoje, é guardar a certeza que uma boa história é contada por grandes diretores, não pela parafernália que os acompanha.