Adaptar para o cinema o romance Los Angeles: Cidade Proibida, de James Ellroy parecia uma tarefa impossível. O livro tinha dezenas de personagens, situações, tramas e subtramas. Um desafio para qualquer roteirista. O próprio diretor, Curtis Hanson, em parceria com Brian Helgeland, se encarregou de traduzir em imagens o rico e complexo mosaico criado por Ellroy. E o resultado não poderia ter sido melhor. Los Angeles: Cidade Proibida, o filme, se passa nos anos 1950 e mostra uma polícia aparentemente eficiente, porém, envolta em grandes esquemas de corrupção. Aliado a isso, temos uma imprensa sensacionalista; policiais-estrelas consultores da indústria do cinema e prostitutas que são submetidas a procedimentos cirúrgicos para ficarem com o mesmo rosto de atrizes de Hollywood. O elenco, predominantemente masculino, tem como destaque Russell Crowe (Bud White) e Guy Pearce (Ed Exley), que vivem dois policiais corretos, mas que têm visões distintas sobre a maneira de agir. Porém, seria injusto não destacar também as presenças de Danny DeVito (Sid), Kevin Spacey (Vincennes), James Cromwell (Dudley) e David Strathairn (Patchett). A única personagem feminina com participação importante é Kim Basinger, que vive Lynn Bracken. Há momentos em que tudo gira em torno dela e a atriz soube tirar proveito disso. A trama exige atenção não por ser intricada demais, mas pelo fato de lidar com muita gente. Todos os que aparecem são importantes e suas histórias vão se misturando e montando um painel multifacetado de uma cidade viva, que no fundo, é a personagem principal. Poderia e merecia ter ganho mais prêmios no Oscar de 1998. Ficou apenas com o de atriz coadjuvante e o de roteiro adaptado. Obrigatório.