Imagine se de repente Adolf Hitler aparecesse vivo na Alemanha dos dias de hoje. Como o mundo atual reagiria a ele e como ele reagiria ao nosso mundo? Partindo dessa premissa, Timur Vermes escreveu o romance Ele Está de Volta, que foi adaptado pelo diretor David Wnendt, junto com a roteirista Mizzi Meyer. Wnendt iniciou sua carreira no ano 2000. Ele Está de Volta é seu quinto longa, feito dois anos depois de Zonas Úmidas, de 2013, que fez sucesso no Festival de Sundance. O tom é de comédia, porém, há um subtexto bastante sutil que toca em temas seriíssimos e, infelizmente, presentes nos telejornais diários. Em especial, na maneira como nossa sociedade se comporta diante de posturas que reforçam seu conservadorismo e status quo. Hitler, vivido pelo ator Oliver Masucci, se esforça sobremaneira para fazer as pessoas acreditarem que ele é verdadeiramente quem diz ser, ao mesmo tempo em que ganha espaço na mídia e na internet para propagar suas ideias. Ele Está de Volta, apesar do tom farsesco, ou quem sabe até por conta disso, provoca um sorriso amarelo ao percebermos que por mais absurda que seja a possibilidade de Hitler voltar, mais absurdo ainda é constatar que existem pessoas que dariam ouvido a ele. E isso, meus amigos, é bem real.
ELE ESTÁ DE VOLTA (Er Ist Wieder Da – Alemanha 2015). Direção: David Wnendt. Elenco: Oliver Masucci, Fabian Busch, Franziska Wulf, Christoph Maria Herbst e Katja Riemann. Duração: 116 minutos. Distribuição: Netflix.
