Woody Allen sempre foi um diretor-roteirista que buscou inspiração na obra de outros grandes cineastas como Federico Fellini e Ingmar Bergman, bem como na literatura clássica, em especial, em um livro escrito pelo russo Fyodor Dostoevsky, Crime e Castigo. Esta obra foi utilizada mais recentemente e de maneira sutil em Match Point. Antes disso, Allen a utilizou mais diretamente neste Crimes e Pecados, escrito e dirigido por ele em 1989. Muitos consideram esta obra um divisor de águas na carreira do diretor. Ele que, durante os anos 1970 trabalhou mais com comédias e ao longo dos primeiros anos da década de 1980 fez filmes para homenagear seus cineastas favoritos, neste trabalho ele encontrou um novo “jeito” para contar suas histórias. Acompanhamos Cliff Stern (Allen), um cineasta idealista que recebe uma proposta irrecusável de trabalho: filmar o perfil de badalado produtor de TV, vivido por Alan Alda. Em outro núcleo, Judah Rosenthal (Martin Landau) é um homem respeitado em sua comunidade, até descobrir que sua amante, papel de Anjelica Huston, ameaça revelar seus “podres”. Em resumo, Crimes e Pecados é um filme que trata de escolhas. Cliff precisa decidir entre se vender ou manter sua integridade artística. Judah está dividido entre o conselho do rabino (Sam Waterston) e a recomendaçao de seu irmão mafioso (Jerry Orbach). Cada escolha resulta sempre em consequências e novas escolhas. Você é que não tem escolha. Caso ainda não tenha visto este filme, corra à locadora mais próxima.