Filme de estréia de Vadim Perelman, um ucraniano radicado nos Estados Unidos, Casa de Areia e Névoa, com roteiro escrito pelo próprio diretor a partir do romance de Andre Dubus III, tem um título que resume metaforicamente seu conteúdo. Um choque de culturas bem distintas e a desilusão do sonho americano que há muito se transformou em um pesadelo. Kathy (Jennifer Connely) tem problemas com bebida e tenta se recuperar financeiramente após ter sido largada pelo marido. Benrani (Ben Kingsley) é um ex-coronel do exército iraniano que fugiu de seu país por razões políticas e agora, como exilado, tenta refazer a vida na América. No meio dos dois, uma casa à beira da praia que foi deixada como herança pelo pai de Kathy. Um erro do governo faz com que a casa seja leiloada e comprada por Kehrani. Em resumo, a casa se torna o motivo de uma acirrada disputa entre essas personagens, que por motivos pessoais, complexos e justificáveis têm o imóvel como símbolo de um novo começo de vida. Perelman, egresso da publicidade, revela aqui um senso narrativo dos mais eficazes. Seu filme é denso, envolvente e por vezes, sufocante, no bom sentido. Com um elenco soberbo que, além de Kingsley e Connely, tem como destaque a atriz iraniana Shohreh Aghdashloo, no papel de Nadi, esposa de Kehrani, Casa de Areia e Névoa merece ser descoberto.