Quem nunca imaginou uma história diferente durante as aulas de História? É isso que Quentin Tarantino nos apresenta em Bastardos Inglórios. Longe de ser fiel aos fatos verídicos que marcaram a Segunda Guerra Mundial, o diretor e roteirista nos traz aqui uma nova versão dos fatos, filtrados cinematograficamente por sua lente. Tudo começa em 1941, na França ocupada pelos nazistas. Um grupo de soldados americanos de origem judia, “os bastardos” do título, é montado para espalhar o terror entre os alemães. O líder do grupo, o tenente Aldo Raine (Brad Pitt), pede aos seus subordinados algo bem simples: cada um deve trazer 100 escalpos nazistas. Antes de ser um filme de guerra, Bastardos Inglórios é um filme feito para quem gosta e conhece cinema. Dividido em capítulos e com diversas personagens e histórias acontecendo ao mesmo tempo, Tarantino não perde o foco em momento algum. As características básicas de seu cinema estão presentes em cada fotograma. Diversos filmes e diretores são citados e inúmeras referências estão espalhadas, seja nos nomes das personagens ou em objetos de cena. E os diálogos continuam primorosos. Tarantino também é um excelente diretor de atores e extrai de todo o elenco um desempenho estupendo. Claro, tem um ator que se destaca, um dos vilões da história, o oficial poliglota da SS Hans Landa, vivido por Christoph Waltz. Sei que as coisas não aconteceram como é mostrado neste filme, porém, cá entre nós, a guerra de Tarantino é bem melhor e mais satisfatória.