A cantora e compositora britânica Amy Winehouse gravou seu primeiro álbum quando tinha 20 anos de idade. Apesar de seu talento e voz incomuns, o disco não obteve o sucesso esperado. Somente três anos depois, quando o segundo álbum, Back to Black, foi lançado é que ela tornou-se uma estrela mundial da música e ganhou cinco troféus Grammy por esse trabalho, além de transformar em hit a faixa-título e Rehab. A carreira meteórica foi interrompida por sua morte prematura, aos 27 anos, em julho de 2011. Essa história já havia sido contada no premiado documentário Amy, realizado em 2015 por Asif Kapadia. Quase dez anos após seu lançamento temos esta cinebiografia, também chamada de Back to Black, dirigida por Sam Taylor-Johnson e com roteiro de Matt Greenhalgh. O longa segue a trajetória da artista de forma cronológica dos 18 aos 27 anos e se concentra, na maior parte do tempo, no conturbado relacionamento da cantora com Blake. No filme, Amy é interpretada pela atriz Marisa Abela. Já o papel de Blake ficou com Jack O’Connell. A exemplo do que vimos no documentário, Back to Black também tem um clima de tragédia anunciada. Mas se revela comportado e pouco ousado. A diretora, que estreou em longas com O Garoto de Liverpool, de 2009, cinebiografia do jovem John Lennon, volta ao mundo da música para nos contar a história de uma jovem que soube misturar de maneira bastante criativa e pessoal o soul com o jazz e o rhythm and blues. Porém, não sei se por conta de pressões do estúdio ou de familiares da artista, ficou devendo uma obra mais contundente. Mas não posso deixar de destacar as ótimas cenas dela com a avó paterna Cynthia (Lesley Manville), sua grande incentivadora e referência musical. Nesses momentos, o filme chega perto da grandeza que poderia ter sido.    

BACK TO BLACK (Inglaterra 2024). Direção: Sam Taylor-Johnson. Elenco: Marisa Abela, Jack O’Connell, Eddie Marsan, Lesley Manville, Juliet Cowan, Sam Buchanan, Pete Lee-Wilson e Michael S. Siegel. Duração: 122 minutos. Distribuição: Universal.