“This is the end. My only friend, the end”. Isso é o fim. Meu único amigo, o fim. Os versos iniciais da canção The End, do The Doors, que abrem o filme Apocalypse Now, resumem de maneira direta e precisa o que veremos pela frente. Com roteiro escrito por Francis Ford Coppola e John Milius, inspirado no livro O Coração das Trevas, de Joseph Conrad, o filme, dirigido por Coppola, é um dos mais contundentes e realistas a retratar a Guerra do Vietnã. A trama gira em torno de uma missão, confiada ao Tenente Willard  (Martin Sheen), que deve encontrar e destruir uma base militar renegada chefiada pelo Coronel Kurtz (Marlon Brando), um experiente e condecorado oficial do exército americano que teria ficado louco e descontrolado. A jornada de Willard com um pequeno grupo de soldados descendo o rio Nung é  uma verdadeira descida ao inferno. “Gosto do cheiro de napalm pela manhã!, diz o Tenente Coronel Bill Kilgore (Robert Duvall), assim que acorda. Mais forte e significativa do que essa frase, talvez só “o horror, o horror”, proferida por Kurtz. A produção de Apocalypse Now já renderia um grande filme. Aliás, rendeu o estupendo documentário O Apocalypse de Um Cineasta, realizado pela dupla Fax Bahr e George Hickenlooper, a partir do material gravado por Eleanor Coppola, esposa do diretor. Tudo que tinha que dar errado aconteceu: problemas com o governo das Filipinas (onde o filme foi rodado), cenários destruídos por um furação e o infarto do ator principal, Martin Sheen. O saldo final, no entanto, é dos mais positivos e o filme, um dos mais emblemáticos e chocantes do gênero. Vencedor da Palma de Ouro de melhor filme, no Festival de Cannes e de apenas dois Oscar da Academia: melhor fotografia (de Vittorio Storaro) e melhor som. Duas curiosidades: 1) originalmente o filme seria dirigido por George Lucas e 2) existe uma versão com 30 minutos adicionais chamada Apocalypse Now Redux.