O envolvimento do italiano Federico Fellini com o cinema teve início em 1942, quando ele escreveu seu primeiro argumento para um filme. Três anos depois, ele trabalhou com Roberto Rossellini nos roteiros de Roma, Cidade Aberta e Paisà. A estreia como diretor acontece em 1950 com Mulheres e Luzes. Antes de se tornar o Fellini que conhecemos hoje, ele realizou outros cinco longas seguindo os passos do movimento neorrealista. A Trapaça, de 1955, foi o quinto deles. Com roteiro dele próprio, junto com Ennio Flaiano e Tullio Pinelli, acompanha um trio de vigaristas que vive de aplicar pequenos golpes em pessoas ingênuas. Augusto (Broderick Crawford), Picasso (Richard Basehart) e Roberto (Franco Fabrizi) precisam lidar com sua “profissão” e, ao mesmo tempo, resolver questões pessoais, principalmente, após uma festa de virada de ano que termina por provocar uma verdadeira “virada” na vida dos três. É possível perceber um diálogo entre A Trapaça e Os Boas-Vidas, obra que Fellini havia dirigido dois anos antes. Porém, as coisas aqui tomam um rumo diferente e preparam o terreno para Noites de Cabíria, de 1957, filme que encerra o ciclo neorrealista do diretor.
A TRAPAÇA (Il Bidone – Itália 1955). Direção: Federico Fellini. Elenco: Broderick Crawford, Giulietta Masina, Richard Basehart, Franco Fabrizi, Sue Ellen Blake, Giacomo Gabrielli, Mara Werlen, Mario Passante, Xenia Valderi, Maria Zanoli, Ettore Bevilaqua e Lorella de Luca. Duração: 101 minutos. Distribuição: Versátil.
Uma resposta
Um Federico Fellini vale a pena, sempre. Sobretudo em momentos menos conhecidos.