François Truffaut era um cineasta que amava as mulheres e sabia dirigi-las como poucos. Ele também sabia tratar de temas ligados ao amor e suas loucuras. Muitas sadias, outras nem tanto. A História de Adèle H., que ele escreveu, junto com Jean Gruault e Suzanne Schiffman, e dirigiu em 1975, é um bom exemplo do cinema truffautiano. A trama se passa em 1863 e começa com uma jovem francesa (Isabelle Adjani) desembarcando em um porto no Canadá. Ela se apresenta como Miss Lewly, mas, na verdade se chama Adèle, a filha mais nova do escritor Victor Hugo, um dos maiores nomes da literatura francesa e mundial. Ela procura pelo tenente Pinson (Bruce Robinson), por quem está perdidamente apaixonada. O olhar sempre atento de Truffaut não deixa escapar detalhe algum. E o que dizer do desempenho de Isabelle Adjani, em começo de carreira e com apenas 19 anos de idade? O filme é dela por completo. A História de Adèle H. fala de um amor bruto, obsessivo, doentio e implacável. E Truffaut conta sua história magnificamente. Uma curiosidade: a ideia do roteiro surgiu da leitura dos diários de uma outra filha de Victor Hugo, que foram publicados no início do século passado.
A HISTÓRIA DE ADÈLE H. (L’Histoire d’Adèle H. – França 1975). Direção: François Truffaut. Elenco: Isabelle Adjani, Bruce Robinson, Sylvia Marriott, Reuben Dorey, Joseph Blatchley e Ivry Gitlis. Duração: 96 minutos. Distribuição: Versátil.
Respostas de 2
Para ver e rever… sempre.
Hoje ao me perguntarem quem foi Victor Hugo, lembrei-me que a alguns anos assisti “A História de Adèle H.” e imaginei que poderia falar um pouco sobre Adele antes de falar de Victor H., e vim buscar com Marden a lembrança desse filme, vale rever.