O cineasta cearense Pedro Diógenes se formou em Cinema na primeira turma da Escola de Audiovisual de Fortaleza, em 2008. Desde então, já trabalhou como técnico de som em mais de 60 filmes, dirigiu dez curtas e realizou sete longas em parceria com outros diretores. A Filha do Palhaço, de 2024, é seu primeiro filme solo como diretor. O roteiro, escrito por ele junto com Michelline Helena e Amanda Pontes nos conta a história de Joana (a estreante Lis Sutter). Ela é uma garota de 14 que não conviveu com o pai, Renato (Démick Lopes), pois este se separou de sua mãe quando ela era pequena. Tudo começa quando Joana vai até o local de trabalho de Renato, um humorista intérprete de Silvanelly. Aquela semana juntos provoca mudanças na rotina de ambos e funciona como ritual de amadurecimento para os dois. A narrativa de Diógenes é sutil e não tem pressa alguma em revelar questões do passado que estavam dormentes ou esquecidas. É curioso perceber que o diretor revela muito do que se passa na cabeça tanto de Renato como de Joana sem que seja preciso verbalizar suas emoções. Há muita coisa contida, escondida, mas Démick Lopes e Lis Sutter conseguem nos fazer enxergar os sentimentos mais ocultos de suas respectivas personagens. Pedro teve a inspiração para esse roteiro a partir da vida de seu primo, Paulo Diógenes, humorista famoso no Ceará por dar vida à Raimundinha, uma espécie de “mãe” da Silvanelly. A Filha do Palhaço trata de questões como perdão, amor e a segunda chance que todo ser humano merece ter.
A FILHA DO PALHAÇO (Brasil 2024). Direção: Pedro Diógenes. Elenco: Lis Sutter, Démick Lopes, Jesuíta Barbosa, Jupyra Carvalho, Mateus Honori, Ana Luiza Rios, Valéria Dawson e David Santos. Duração: 104 minutos. Distribuição: Embaúba Filmes.