O cineasta mexicano Guillermo del Toro é um exímio contador de histórias. Se esta história for falada em espanhol, melhor ainda. Mas isso não invalidada em absoluto aquelas que são faladas em inglês. O estilo peculiar do diretor sempre se destaca e, no mínimo, o filme será uma experiência sensorial e visual única. É o caso deste A Colina Escarlate, que ele realizou em 2015. O roteiro original, escrito por del Toro, junto com Matthew Robbins, conta a fantástica história de Edith Cushing (Mia Wasikowska). Ela é uma jovem autora de contos fantásticos que se apaixona por Thomas Sharpe (Tom Hiddleston), um estrangeiro que a seduz e com quem ela se casa. Acompanhando o marido, Edith se muda para uma casa no topo da colina que dá título ao filme. Thomas tem uma irmã bem estranha, Lucille (Jessica Chastain). A relação que se estabelece entre os três dá o tom da narrativa. Del Toro não é um cineasta que filma cenas gratuitas. E é, antes de tudo, um artista das imagens. A Colina Escarlate decepcionou parte do público. Muitos esperavam por sustos. Não foi esta a intenção do diretor. O filme é assumidamente um romance gótico. E tudo aqui colabora para isso. Da expressiva fotografia de Dan Laustsen aos belos figurinos de Kate Hawley. Dos cenários cheios de vida de Brandt Gordon ao preciso desenho de produção de Thomas E. Sanders. E del Toro, grande maestro que é, conduz este espetáculo como só ele seria capaz de conduzir.
A COLINA ESCARLATE (Crimson Peak – EUA 2015). Direção: Guillermo del Toro. Elenco: Mia Wasikowska, Tom Hiddleston, Jessica Chastain, Charlie Hunnam, Jim Beaver, Jonathan Hyde, Leslie Hope e Doug Jones. Duração: 119 minutos. Distribuição: Universal.
