O cineasta americano Terrence Malick iniciou sua carreira em 1969 dirigindo o curta-metragem Lanton Mills. A estreia em longas acontece em 1973 com Terra de Ninguém. Malick é um artista “temporão”. Ao longo das décadas seguintes, ele realizou apenas quatro filmes e impôs sua marca. A crítica classifica seus filmes como obras-primas. Formado em Filosofia, Malick construiu uma filmografia sólida e coesa. Em A Árvore da Vida, que ele escreveu e dirigiu em 2011, a trama tem como foco a relação entre um pai e seus filhos. Mas não é só isso. Malick expande seu olhar a partir daquele núcleo familiar e estabelece conexões milenares que começam no Big Bang e se estendem até o fim dos tempos. O filme nos convida para uma viagem rica em imagens e significados. Produzido e estrelado por Brad Pitt, que vive a personagem do pai, A Árvore da Vida conta ainda com Sean Penn, que faz o filho no presente, e a bela e talentosa Jessica Chastain no papel da mãe. O que primeiro chama a atenção é a estupenda fotografia de Emmanuel Lubezki, que a usa de maneira criativa e inusitada. Outra aliada do diretor é a trilha sonora, composta por Alexandre Desplat, que pontua discretamente tudo o que vemos. Malick trata de muitos temas simultaneamente e não se desvia dos pontos mais importantes que estão no centro da história: a reconciliação de um filho com seu pai. Uma relação que busca encontrar o amor e o perdão no diálogo que se estabelece entre a história da humanidade os conflitos de gerações. A Árvore da Vida não é um filme para ser visto às pressas. Ele requer uma atenção especial aos detalhes e pede do espectador um olhar sutil, delicado e sempre atento. O resultado, é surpreendente. Terrence Malick ganhou a Palma de Ouro de melhor diretor no Festival de Cannes de 2011 e também o prêmio máximo do American Film Institute.