Terceiro filme internacional do cineasta brasileiro Fernando Meirelles, 360, cujo roteiro foi escrito pelo inglês Peter Morgan, se inspira na clássica peça teatral La Ronde, de Arthur Schnitzler. O filme apresenta muitas personagens e tramas que seguem separadas e sutilmente se misturam em alguns pontos. A premissa lembra um pouco Babel, de Alejandro González Iñárritu e Guillermo Arriaga. Só isso. Os desdobramentos são completamente diferentes. Em 360 somos confrontados com pessoas que cometeram ações das quais se arrependem, porém, elas têm que lidar com as consequências de seus atos. De caráter globalizado, temos aqui um elenco multinacional e situações que se desenvolvem em diversas partes do mundo. Diferente de Babel, onde há um elo comum entre as três histórias principais, em 360 elas apenas se tangenciam. Meirelles é um grande diretor de atores e tem domínio de tudo o que acontece em cena. Isso se revela valioso quando as histórias começam a tomar corpo e nos envolvemos com elas. Filmes assim costumam ser complicados de se acompanhar. A grande quantidade de personagens e tramas é sempre um fator de risco para qualquer roteirista ou diretor. Navegar à margem desse risco e não sucumbir a ele torna ainda mais interessante e louvável o trabalho de Morgan e Meirelles.
360 (Inglaterra/Áustria/França/Brasil 2012). Direção: Fernando Meirelles. Elenco: Anthony Hopkins, Rachel Weisz, Danica Jurcová, Jude Law, Johannes Krisch, Ben Foster, Lucia Siposová, Gabriela Marcinkova, Maria Flor, Vladimir Vdovichenkov, Marianne Jean-Baptiste e Juliano Cazarré. Duração: 110 minutos. Distribuição: Paris Filmes.
Uma resposta
Gostei imenso deste novo Meirelles. As circunstâncias de todas as personagens, de alguma maneira, se aproxima das nossas. Fiquei absolutamente impressionado com a representação de Ben Foster, como Tyler. Extraordinária.